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sexta-feira, 13 de maio de 2011

Jornal O VALE de hoje

REGIÃO
Maio 13, 2011 - 06:01

Após ameaça de greve, Cury corta horas extras de médicos

Greve de médicos
Empresa terceirizada vai cobrir plantões dos médicos de carreira nos hospitais e nas UPAs de São José; categoria ameaça promover uma paralisação na semana que vem em protesto por melhores salários
Xandu AlvesSão José dos Campos

A Prefeitura de São José dos Campos vai usar as horas extras pagas aos médicos que fazem plantões nos finais de semana para minar o movimento grevista da categoria.

Atualmente, os ganhos decorrentes de jornadas adicionais de trabalho chegam a dobrar a remuneração de alguns desses profissionais.

A administração vai prorrogar por mais um mês o contrato com a empresa Ideais (Instituto de Desenvolvimento Estratégico e Assistência Integral à Saúde) para garantir o atendimento à população nos plantões 24 horas.

Com isso, médicos de carreira deixarão de fazer escalas noturnas, de finais de semana e de feriados nos hospitais e UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) da cidade.

Desde 15 de abril, quando a Ideais foi contratada, a Secretaria de Saúde tem dispensado médicos da rede de trabalhar nos plantões. No lugar deles, entram médicos temporários.

A dispensa começou depois que um grupo de servidores faltou a plantões nos dias 9 e 10 de abril --respectivamente, na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Alto da Ponte, na região norte da cidade, e na UPA do Campo dos Alemães, na zona sul.

“Perdemos o serviço de pediatria no Campo dos Alemães por causa das faltas. Naquele dia, o atendimento foi direcionado ao Hospital de Clínicas Sul. Foi um caos”, apontou o secretário Jorge Zarur Júnior.

Para compensar as faltas, afirmou Zarur, o Ideais foi contratado por R$ 516 mil para fornecer um teto de 215 plantões de 24 horas, num total de 4.888 horas de plantões aos finais de semana durante 30 dias. “Vamos prorrogar o contrato até quando for necessário para garantir o atendimento à população”, disse.

Partidário. O corte das horas extras visa minar o movimento grevista, que decide hoje pela paralisação ou não da categoria. Ambos os lados se acusam mutuamente de fugir da mesa de negociação.

Para a prefeitura, os médicos propensos à greve têm colocado interesses “político-partidários” em jogo.

Já os profissionais acusam a administração de virar a costa para eles, evitando abrir a negociação com os representantes da categoria.

“A comissão de médicos foi eleita em assembleia, com participação de vários profissionais. Temos legitimidade para negociar, mas não somos ouvidos pela prefeitura”, acusou a pediatra Neusa Massula. “Querem terceirizar a saúde.”

A briga entre médicos e prefeitura promete novos rounds na próxima semana, quando pode ocorrer uma eventual paralisação dos profissionais.
SAIBA MAIS
Salários
Reajuste
O salário base dos médicos na rede municipal de saúde de São José é de R$2.200 por 20 horas de trabalho semanal. Porém, o governo Eduardo Cury (PSDB) alega que o salário médio pago à categoria é de R$6.600, em função de benefícios. Atualmente, 608 médicos atendem nas unidades da rede municipal de saúde

Reivindicações
Impasse
Os médicos querem que o governo dobre o salário base para R$4.400, contrate pelo menos mais 100 médicos e melhore as condições de trabalho. O governo se negou a discutir aumento no valor básico e aguarda um grupo de médicos entregar um estudo técnico sobre a categoria
Comissão leva proposta de greve a votoSão José dos Campos

A questão salarial é o ponto de discórdia entre a comissão de médicos e a Prefeitura de São José. Eles reivindicam dobrar o salário base de R$ 2.200 para R$ 4.400, enquanto a administração se nega a mexer no valor básico.

Os médicos também criticaram a contratação da empresa Ideais (Instituto de Desenvolvimento Estratégico e Assistência Integral à Saúde) como forma de substituir profissionais da rede nos plantões de final de semana, quando se ganha hora extra.

Os médicos temporários ganham, em média, R$ 100 por hora trabalhada nos plantões. Segundo a ginecologista Alessandra Ribeiro, da comissão grevista, o valor é muito superior ao que é pago para os médicos da rede nas mesmas condições.

“Quem faz quatro plantões de 24 horas por mês, ganha em torno de R$ 27 por hora. É um absurdo o que estão fazendo com a categoria”, disse.

Hoje, em assembleia marcada para as 19h, os médicos decidem se entram em greve na próxima semana. Por lei, a paralisação terá que ser comunicada à prefeitura, só podendo iniciar a partir de quinta.

“A prefeitura está empurrando a categoria para a paralisação”, disse a pediatra Neusa Massula. “Todos nós vamos perder com isso, mas a população é quem perde mais.”

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