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quinta-feira, 26 de maio de 2011

REGIÃO
Maio 26, 2011 - 06:00

Rede de saúde em São José é alvo de 60 reclamações por dia

Greve dos médicos em frente ao Paço Claudio Capucho
Embate entre médicos e prefeitura sobre salários expõe deficiências do sistema, que limita consultas em até 20 minutos

Carolina Teodora
São José dos Campos

Os ‘gargalos’ na rede pública de saúde de São José dos Campos vão muito além do salário dos médicos. Para quem depende do serviço, o principal problema está no atendimento prestado pelos médicos nas consultas.

Dados da Secretaria de Saúde mostram que pelo menos 60 reclamações são feitas todos os dias pelos usuários sobre o atendimento médico nas unidades de saúde e nos hospitais.

O número representa 20% dos 300 atendimentos feitos pela ouvidoria da pasta por meio de telefones, site e do 156 e encabeça a lista das reclamações.

“É muita reclamação e é um reflexo do descontentamento dos médicos com seus salários”, afirmou o vereador Walter Hayashi (PSB). “É preciso balancear melhor o salário dos médicos antigos com os novos.”

Falta. Uma das causas do problema é a falta ao trabalho. Por mês, 8% dos 1.002 médicos da rede faltam aos plantões --no final, o número representa cerca de 240 consultas ‘perdidas’, o que sobrecarregaria os demais plantonistas.

Os dados divulgados ontem pela prefeitura são mais um capítulo do embate entre médicos e administração que se arrasta desde setembro do ano passado e culminou com uma greve-relâmpago na última terça-feira que paralisou as 40 UBSs (Unidade Básica de Saúde).

A categoria quer aumento de 100% no salário-base do médico inicial de R$ 2.310 e a contratação de mais 100 profissionais, além de melhores condições de trabalho.
A prefeitura alega que é inviável aumentar o salário inicial dos médicos sem que haja um efeito cascata para as outras categorias, o que iria prejudicar o Orçamento.

Entretanto, a administração se comprometeu a apresentar no próximo dia 9 uma proposta de readequação salarial que pode ser a incorporação do abono ao salário.

Tempo. Os médicos alegam que a reclamação dos usuários acontece por conta da meta exigida pelo governo da administração do prefeito Eduardo Cury (PSDB) --20 minutos é o tempo máximo que eles têm para atender um paciente nas unidades básicas.

“Esses dias pedi para ter 10 minutos a mais por consulta e negaram. Preferem que eu peça conta do que me dar 10 minutos a mais por atendimento”, afirmou a pediatra Maria Aparecida Martins, 52 anos, na rede pública há 23 anos.

“Os médicos estão adoecendo com tanta pressão. É impossível diagnosticar um paciente tão rápido assim”, disse.

A médica Cecília Braconnot, 54 anos, disse que nas UPAs (Unidade de Pronto-Atendimento) o tempo de consulta é ainda menor.

“Outro problema é que o médico para complementar seu salário já trabalhou, até quarta-feira, o que um funcionário normal trabalha durante toda semana. Então, o médico está cansado e o paciente, estressado com tanta espera nas unidades, fazendo com que a relação médico-paciente fique muito longe do ideal”, afirmou.
Segundo ela, em 20 minutos é impossível fazer exames e pegar o histórico familiar para diagnosticar a doença.

Administração. A prefeitura informou que, do total de médicos, 706 são servidores municipais e que o salário médio da categoria é de R$ 6.600. Na última terça-feira, a administração abriu um novo concurso público para a contratação de 59 médicos. O salário inicial é de R$ 4.400, considerando gratificações. Sobre as reclamações da população, a administração não se manifestou.


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